A crise mundial está tomando proporções que começam a preocupar os países emergentes. Apesar de todos os esforços, ainda é difícil prevê qual a duração e os verdadeiros reflexos da instabilidade econômica. Uma coisa nós temos certeza: o mundo vai exigir cada vez mais competência nas administrações e controle nos gastos.
O Brasil poderá atravessar o momento com menos avarias, mas será obrigado a alterar alguns conceitos e investir nas reformas estruturantes. Como administrador, posso afirmar, com conhecimento de causa, o quanto o nosso País é oneroso e complexo em suas leis, o que dificulta o crescimento de forma substancial.
Temos que defender, diariamente, governos eficientes, compromissados com o desenvolvimento econômico e com a responsabilidade social. Devemos exigir que os poderes constituídos aproveitem administradores formados e comprometidos com a competência profissional.
A situação vivida atualmente se iniciou por um governo americano descompromissado com a fiscalização do mercado financeiro e totalmente inconseqüente com os gastos públicos. O problema é que atrás de toda essa incompetência, arrastam-se para o buraco fortunas inteiras das nações. Dinheiro que poderia matar a fome de milhões de pessoas, ser usado na descoberta da cura de doenças, em educação, no combate ao déficit habitacional, enfim, na melhoria da qualidade de vida das populações.
O Brasil se quiser ingressar em definitivo no primeiro mundo, não esse combalido, mas no que virá daqui alguns anos, tem que se preparar. Vejo a necessidade urgente de discutir com profundidade algumas questões importantes, como as reformas política e tributária, entre outras.
A reforma política é fundamental porque tudo passa pelas Câmaras Municipais, Assembléias Legislativas e Congresso Nacional. Se não tivermos um sistema mais coerente e atrativo para o eleitor, não há como exigir a qualidade do voto.
Considero a reforma tributária também essencial para o País. Nesse instante em que temos a oportunidade de discutir o assunto, os segmentos organizados devem apresentar as suas propostas para o deputado Sandro Mabel, relator do projeto, que tem demonstrado uma grande abertura para discutir todos os pontos do seu texto.
Conheço o deputado Sandro Mabel há anos e sua história de trabalho por Goiás. Já atuamos juntos em muitas propostas que beneficiaram não só os administradores, mas a sociedade como um todo. Por isso, acredito na sua competência para comandar a reforma tributária.
O Brasil precisa se modernizar, reduzir os encargos para o setor produtivo e a carga de impostos para a população. Nós temos uma grande quantidade de leis e normas que inibem o crescimento, aumentam a sonegação e os custos do País. Se continuarmos assim, não seremos competitivos.
Se a reforma tributária está indo na direção do que necessitamos, é uma obrigação dos nossos políticos trabalharem para a sua aprovação, sob pena de serem cobrados no futuro. Se não estiverem de acordo com algum item, que apresentem as sugestões, mas que não deixem passar essa grande oportunidade de alterar um sistema altamente ultrapassado.
É mérito nosso ter um deputado de Goiás relatando um projeto de repercussão nacional, que conhece as necessidades do Estado. Não tenho dúvida de que fará o melhor para a nossa gente. O País precisa enfrentar essa crise e se preparar para os grandes desafios que virão. E as atitudes do presente vão refletir nas próximas gerações. Que todos tenham responsabilidade nesse momento.
Samuel Albernaz é presidente da AGAD - Associação Goiana de Administração, Administrador, Consultor e palestrante.